Claro
que velo teu sono,
Enquanto
Sonhas,
a sós, colorido.
Claro
que eu abro a janela,
Se
ela
Passa
rodando o vestido.
Claro
que lavo os teus pés,
Com
meu pranto,
Se
há lama no teu caminho.
Claro
que eu calo os desejos
E
beijo
O
chão da nossa cozinha.
Claro
que arranco a roseira,
Se
afirmas
Que
tal é erva daninha.
Claro
que invento prazeres,
Se
finges,
Que
assim seremos felizes.
Claro
que em breve me esqueço,
Se
gemes
Um
nome que eu não conheço.
Claro
que eu acredito,
Se
dizes,
Que
o nosso amor é perfeito.