Baforada da saudade no cangote
Badulaca tua falta noite adentro.
Vem, vem vindo, vem, vem vindo
E de repente inunda.
Tranborda, alaga, afoga, afunda.
Pulsa de eu abrir minhas narinas,
Rói de apertar a minha nuca.
Vem, vem vindo, vem, vem vindo
E quando eu vejo turva.
Entorta, escurece, embaça, encurva.
Dói de esfriar a minha pele
Dana de amargar a minha boca.
Vem, vem vindo, vem, vem vindo
E num segundo toma.
Domina, prende, amarra, doma.
Unha de tremer as minas pernas.
Mói de confundir a minha alma.
Baforada da saudade no cangote